segunda-feira, 30 de junho de 2014

Muda Brasil

Nem os erros do juiz nem o mau futebol da seleção foram capazes de quebrar o encanto em torno da Copa. O Brasil se transformou. Compare o momento de hoje ao clima de um mês atrás. A emoção, a vibração, o amor, o espírito de luta sobrepõem-se ao pessimismo e à raiva. No último sábado, a seleção mereceu perder, o povo brasileiro mereceu ganhar, e ganhamos.

Mas e agora? E o futebol? A seleção brasileira está muito mal. Não adianta fingir nem tentar buscar desculpas e justificações. Apesar da garra dos jogadores, estamos jogando muito mal. Como apaixonado pelo futebol, e principalmente pelo trabalho do técnico na estrutura dos times em campo, eu entendo Felipão. Há dois anos ele prepara o time para jogar de uma determinada forma. Que vinha dando razoavelmente certo, mas agora não dá mais.

Vai mudar tudo no meio do torneio, sem tempo para treinar? O risco é muito grande. E se não mexer? Pode até ser que ganhemos a Copa, se Deus seguir demonstrando que é brasileiro.

Mas, Felipão, como você será obrigado a mexer por causa dos cartões amarelos, mexa para valer. Siga a famosa frase de Einstein. "Insanidade é continuar fazendo sempre a mesma coisa e esperar resultados diferentes". Aproveite as características dos jogadores e mude, surpreenda. Temos laterais que são alas e, por isso, maus marcadores. Mexa no meio-campo levando isso em consideração. Não pretendo dizer o que fazer, mas gostaria de pedir que faça. Mude.

A blitz e a correria no começo do jogo contra o Chile acabaram com as pernas dos jogadores e nos levaram a um segundo tempo lastimável. Temos mais futebol do que estamos mostrando. Mas precisamos jogar o nosso futebol verdadeiro. Está difícil, mas temos força, amor, garra e futebol. Vamos recuperar a confiança, bater a Colômbia e seguir em direção ao título mundial.

sábado, 28 de junho de 2014

Vitória merecida?

Que sufoco! Mais um grande sufoco! Felizmente o Brasil ganhou e fez a alegria dos brasileiros. Mais do que a equipe de futebol, o país e os brasileiros mereciam a vitória.

Esta Copa está unindo o povo brasileiro. Seria uma pena se o Brasil tivesse saído tão cedo. Mas a seleção brasileira jogou mal. É inexplicável como jogamos tão bem no começo do primeiro tempo e depois de sofrermos o gol, o time caiu assustadoramente. Mais do que o lado técnico, acho que a cabeça e o emocional estão faltando. 

No segundo tempo faltou confiança. Era um time apavorado com a possibilidade de uma derrota. Felipão mexeu mal. Trocar Fred por Jô é trocar 6 por 1/2 dúzia. A troca de Fernandinho por Ramires foi bem, principalmente porque Fernandinho estava cansado. Mas não resolveu o problema. 

Em resumo, temos que melhorar muito se queremos chegar à final. Em especial, é preciso trabalhar a cabeça, a determinação, a garra e a confiança dos jogadores. Isso não pode faltar.  

Temos tempo até a próxima sexta-feira. Felipão tem espaço para trabalhar. é preciso construir um time mais forte e confiante para enfrentar a Colômbia.

segunda-feira, 23 de junho de 2014

É preciso mudar?

Chegamos ao 12º dia da Copa. E que Copa! Jogos emocionantes, bom nível técnico, número alto de gols, surpresas e zebras. E o melhor, um Mundial de orgulhar o Brasil e os brasileiros.

Multidões de turistas do mundo inteiro, mas principalmente da América do Sul, estão encontrando um país tranquilo e um povo alegre e hospitaleiro.

Depois desta Copa, apesar de legítimas queixas, divergências, descontentamentos e tristezas, precisamos olhar o Brasil com mais carinho e mais amor e procurar fazer o máximo para torná-lo melhor para os brasileiros.

No futebol, espero que hoje o Brasil comece a acertar. Confesso que estou mais preocupado agora do que antes de os jogos começarem. Fomos mal contra a Croácia e pior contra o México. Bons adversários, mas só isso.

O Brasil vem tendo problemas causados por nós mesmos. Não temos um time, temos uma linha de zaga, que contra o México foi bem melhor. Temos um ataque claudicante, cada vez mais dependente de Neymar e de alguma genialidade individual. E, entre os dois, um meio de campo que marca mal e não cria. Um time completamente diferente do que venceu a Copa das Confederações e daquele que vinha jogando os últimos amistosos.

É preciso mudar. Mas será que Felipão vai mudar? As opções de mudança sem mudar o esquema não são boas. Trocar Fred por Jô é trocar seis por meia dúzia. Será que ele ousará, com Willian no lugar dos centroavantes, abrindo mão do homem de referência na frente?

Já para o lugar de Paulinho, nem Hernanes, nem Fernandinho, nem Ramires jogam da mesma forma. É preciso mudar, mas será que Felipão vai mudar? Até agora, parece que não.

Antes de tudo, porém, é preciso cuidado com Camarões. Apesar das duas derrotas, os camaroneses são rápidos e habilidosos, com estilo semelhante a Gana. E todos nós vimos o que Gana fez contra a Alemanha. 

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Novo sufoco

A atuação de hoje do Brasil foi pior do que na partida de estréia contra a Croácia. Felipão corrigiu o posicionamento da defesa e a linha de quatro da zaga foi bem, os laterais mais plantados e praticamente não corremos mais riscos.

Porém o meio campo foi muito mal. Paulinho há muito tempo está numa fase ruim, não defende nem ataca bem e em particular na partida de ontem errou uma enormidade de passes. O Felipão precisa tomar alguma providência. Além disso, Oscar, Ramires no primeiro tempo e Bernard no segundo deixaram a desejar, dando muito espaço para os mexicanos. A nossa sorte é que os mexicanos estavam com medo do Brasil e não se esforçaram muito no ataque.

O time precisa mudar não só para jogar contra Camarões, mas para termos alguma esperança de ganharmos o campeonato.

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Alegrias e Tristezas

Fui ao Itaquerão influenciado por comentários negativos. Nada disso. Estádio pronto, entorno correto. As pessoas que foram de trem ou de metrô levaram pouco mais de meia hora para chegar. Pena que não é do São Paulo. Parabéns aos corintianos.

Tristeza só com a minoria de arruaceiros que ainda pensa que pode arruinar a Copa e prejudicar o país. E com as ofensas à presidente da República, uma vergonha. Não se trata de gostar ou não da Dilma. Apesar das diferenças, não podemos esquecer coisas básicas como a educação.

Respeito o país e suas instituições. Por mais que existam revoltas, descontentamentos e indignação, não se pode esquecer o compromisso com o Brasil. Digo isso há algum tempo. Não é assim que se constrói um país melhor.

E o futebol? Grande vitória do Brasil. Mas que sufoco! Está certo que foi a estreia, com seu nervosismo. Está certo que vencemos e que a Croácia tem bom time. Mas, para ser campeão, temos que evoluir. Foram os mesmos erros dos jogos contra Panamá e Sérvia. Antes de tomarmos o gol, a Croácia teve duas oportunidades nas costas dos laterais. No gol, houve erro de posicionamento da defesa. Por terem muita qualidade, falta aos nossos defensores a humildade para marcar de perto - eles normalmente marcam a bola, não o adversário.

Tenho certeza de que Felipão está atento e tomando as providências para o jogo contra o México, que mostrou não ser tudo isso.

Sensacional foi Holanda e Espanha, até agora o jogo da Copa. O gol de Van Persie foi antológico, para ser visto por anos. Mas não tenhamos ilusões, a Espanha não está morta. Provavelmente, será nosso adversário na próxima fase, e todo cuidado será pouco.

Vamos em frente. Apesar do ceticismo, esta poderá ser a maior das Copas. E que alegria ouvir a torcida cantar em todos os jogos "sou brasileiro, com muito orgulho...".

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Estreia no sufoco

Que sufoco! É claro que a partida de estreia de uma Copa do Mundo, ainda mais jogando em casa, traz uma tensão enorme. É claro que o nervosismo estava presente ontem em todo jogo. Porém, a defesa brasileira não pode continuar cometendo os mesmos erros já apresentados contra o Panamá e a Sérvia. 
Mesmo antes do gol, os croatas já tinham perdido duas boas oportunidades: uma nas costas do Daniel Alves e outra nas costas do Marcelo. O gol contra foi uma infelicidade, mas Olic não teve a menor dificuldade de descer e cruzar, assim como Jelavic não podia ter batido para o gol sozinho. Erro de posicionamento que não se justifica com a formação experiente de Thiago Silva, David Luiz, Daniel Alves e Marcelo. É preciso mais atenção. Após o gol, a defesa se recompôs positivamente, não correndo riscos. O Brasil teve bons momentos, Oscar e Neymar deram um show e a vitória foi merecida.
Quanto ao lance do pênalti, sou uma voz dissonante, pois acho que o pênalti marcado foi, no mínimo, um lance duvidoso. Eu estava no estádio e de onde estava, senti que a trajetória de Fred foi interrompida. Fred foi segurado. Se ele não tivesse enfeitado, todos encarariam o pênalti com muito mais naturalidade.
Agora que venha o México. Temos tudo para vencer a partida, mas temos que evoluir muito para o próximo jogo. Não tenho dúvida de que Felipão viu tudo isso e conseguirá fazer o que deve ser feito.

segunda-feira, 9 de junho de 2014

Treino é Treino

Eu me sinto neste momento como uma criança que vai à Disney de quatro em quatro anos. Adoro futebol e estou me preparando para ver todos os jogos da primeira fase. Mas me entristecem as manifestações e, mais ainda, as dificuldades da população nesses últimos dias, gerando um clima tenso no país que não condiz com o clima de início de Mundial, ainda mais jogado aqui.

Esse clima pesado já afeta o desempenho da seleção em campo, como vimos no amistoso no Morumbi e nas declarações dos próprios jogadores.

O desempenho nos jogos será diferente do dos amistosos contra Panamá e Sérvia. Afinal, treino é treino, jogo é jogo. Tenho confiança no Felipão, sei que ele tem o time na mão e está de olho. Mas estou preocupado.

No jogo contra o Panamá, não deu para tirar conclusões porque o adversário era muito fraco. Contra a Sérvia, fiquei apreensivo. Não pelo magro 1 a 0. A Sérvia teve três oportunidades claras de gol por falhas da nossa defesa. Não podemos cometer tantas falhas de posicionamento com dois zagueiros de tanta categoria como Thiago Silva e David Luiz e com o eficiente Luiz Gustavo como cabeça de área de contenção. Mas temos como corrigir, esta é a função dos amistosos.

Atuando no Morumbi, diante de plateia mais arredia, o time todo esteve preso, tenso, contaminado pelo clima ruim hoje no Brasil e numa São Paulo penalizada por greves duras nos transportes. Essa tensão apareceu nos muitos passes errados, incomuns em jogadores desse nível.

Não estou pessimista com a seleção. Esses testes servirão de alerta à comissão técnica. Temos tempo para fazer os ajustes e, principalmente, encontrar a calma necessária para a estreia.

É um momento especial e de muita tensão. A seleção precisa focar no torneio. Manifestação é manifestação, jogo é jogo.

Vai começar o maior espetáculo da Terra.

segunda-feira, 2 de junho de 2014

Balizando expectativas

A dez dias da Copa, não posso dizer que esteja entusiasmado com a seleção. Quem acompanha o futebol de perto sabe que não é prudente se entusiasmar muito, principalmente em torneios de altíssimo nível. Dito isto, tenho expectativa muito boa em relação ao nosso time.

Gosto do trabalho do Felipão. É um grande motivador dos jogadores e, fundamentalmente, um grande líder. Existem várias definições de bom líder. A que mais gosto é a que o bom líder é o que consegue tirar o melhor de todos os seus liderados em benefício do coletivo.

Felipão faz isso. Ele conseguirá extrair dos 11 em campo o melhor de cada um para o time. E seus selecionados são praticamente unanimidades nacionais, fato raro num país de 190 milhões de técnicos, o que já de início dá grande apoio ao treinador e à seleção.

Ao longo dos anos, desenvolvi quatro valores que julgo essenciais para o sucesso na vida –humildade; determinação e garra; disciplina e equilíbrio emocional. Felipão guarda todos eles, apesar de às vezes ser acusado de arrogante. Humildade não é voto de pobreza nem submissão. Humildade é saber ouvir e aceitar a opinião dos outros, é ser transparente com as pessoas. Isso aumenta a confiança dos outros em você e transmite segurança e determinação ao time.

Dos três adversários do Brasil na primeira fase, considero a Croácia a melhor equipe. Podemos, porém, ter mais dificuldades contra o México, adversário duríssimo que ganhou as Olimpíadas de 2012 contra um Brasil que já tinha Neymar, Thiago Silva, Marcelo, e Oscar.

Mas concordo com Felipão que o primeiro jogo sempre é o mais difícil. Tenho sentido nele muita segurança. E sua dupla com Parreira inspira confiança.

Portanto, temos bons jogadores, boa comissão técnica, e a Copa é no nosso país. Se começarmos bem, vencendo a Croácia, podemos esperar uma boa trajetória, mesmo numa chave que não é fácil e enfrentando, provavelmente, adversário muito forte nas oitavas.

Pesando tudo, estou esperançoso de que faremos uma boa Copa, dentro e fora de campo. Isso dará alegria muito grande a todos nós brasileiros.